segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

UMBIGUISMO ou UMBILICALISMO

Vive-se, atualmente, um ambiente tecnológico alienador, em proporções acima do normal, com situações por vezes constrangedoras. Redes sociais são o caminho mais fácil para a superexposição midiática da intimidade, mostrando peripécias, experiências e "selfies" que só desvelam o EGO do ser humano. É como se ele fosse o editor da revista de fofocas que só mostram matérias que interessam a ele. Surge um novo conceito, o UMBIGUISMO ou UMBILICALISMO, ou seja, mais uma forma narcisista de se expor na mídia. Paralelamente a isso, ocorre um sentimento estranho que, aos poucos, começa a incomodar e depois vai se transformando em agonia: essa pessoa que revela toda a sua intimidade precisa que alguém "massageie" o seu ego. Nas redes sociais, este gesto vai de curtir, compartilhar e até comentar aquela superexposição. Ocorre uma interposição entre o "eu" (consciência) e o "outro" (sociedade), pois este olhar público, invasivo e inquiridor, torna-se um generalizado e estranho hábito de consumo, prendendo tanto o "eu" como o "outro" em equipamentos tecnológicos com, cada vez mais, recursos ditos geniais. Ademais, não obstante o tempo perdido em "ficar conectado", institucionalizou-se um voyeurismo social de egos postiços ou, de forma mais clara, um hiperindividualismo, onde só interessa o que é publicado a seu favor ou o que lhe cerca. É aí que sucumbe de vez o interesse civil, a busca por valores de cidadania, de política, de princípios que, outrora, seriam defendidos com sustentação em diálogos. As consequências trágicas que podem ocorrer (apenas podem, não quer dizer que vão ocorrer) são a alienação tecnológica, a indiferença, a insensibilidade, a descortesia, a irritabilidade, a ansiedade, o estresse, a depressão (... Ops, melhor parar por aqui...)

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MERITOCRACIA NO ENSINO SUPERIOR

Como diria a pedagoga Wanda Camargo, o tripé da educação superior é constituído por Ensino, Pesquisa e Extensão. A pesquisa, quando feita seriamente e não apenas para alavancagem de currículos, é a garantia do futuro de uma nação, no conhecimento científico. Extensão é democracia, a abertura para a comunidade das benesses da universidade, composta de atividades extraclasse. Mas é o ensino que encerra em si quase toda esperança depositada pela sociedade na academia, os recursos imensos que são gastos (tanto na esfera pública quanto privada), o tempo, o labor, a dedicação dos professores, estudantes e seus familiares na procura por conhecimento, reconhecimento, empregabilidade e melhoria de vida. Para tanto, é crucial para a arte de professorar: ação com resultados. Assim, todo professor precisa entender seu papel em agir (ensino, pesquisa, extensão) e perceber os resultados desta ação. Deve perceber que não é só sala-de-aula, mas toda uma comunidade do entorno e que os beneficiados sempre serão as pessoas que buscaram a Academia, sejam alunos, sejam participantes em projetos ou em atividades extraclasse. Logo, a meritocracia na educação é a HONRA do professor em cumprir o seu papel - agir - e o MÉRITO do aluno, do futuro profissional, da pessoa que reside na comunidade do entorno - colher os resultados.